Acho que a melhor forma de diferenciar solteiros de separados é justamente uma coisa que um tem e o outro não: o pé na bunda.
Não se engane... todo casamento termina com um pé na bunda! Exceto aqueles que terminam com o pé na cova, mas daí vc não tem mais um separado, e sim um viúvo ou (espero para seu bem que não) um presunto.... Mas vamos nos ater ao tópico em questão: todo casamento termina... e termina com um pé na bunda.
A separação consensual é justamente aquela em que um dá o pé na bunda e o outro consente em tomar o coice. Já a separação litigiosa é aquela em que um dá o pé na bunda e o outro quer ficar com a bota de lembrança, ou serrar o pé fora por pura desforra.
Embora eu adore a palavra, para o texto não ficar massante e eu não ficar repetindo bunda o tempo inteiro, vou dar um nome mais científico para pé na dita cuja. Vou chamar de "o ocorrido". Pois então, o ocorrido pode ser dado ou recebido, mas sempre chega.
E embora muitos digam que foram pegos de surpresa, que nunca esperavam isso e que não entendem como as coisas chegaram nesse ponto, basta dar um passo para trás e olhar os últimos eventos que você vai perceber que o ocorrido não vem sem milhares... (vou até escrever em caps) MILHARES de avisos.
Os sinais são sistematicamente claros, mas quando somos a futura vítima do ocorrido, escolhemos consciente ou inconscientemente desviar nossa atenção achando que tudo de estranho na relação é por conta de algum outro motivo. As coisas estão estranhas pq o trabalho tá pegando pesado... a gente precisa de férias... a mãe dele não dá sossego... isso é crise de ciúme... TPM!... é só uma fase ruim...
Ah... o início do fim... se um casado soubesse o que o espera iria visualizar, como num animê barato, aquela "butina" gigantesca vindo implacavelmente em câmera lenta, dirigindo-se diretamente para sua desavisada retaguarda...
Mas a realidade é muito dura para ser encarada assim de frente. Já percebeu o quanto é providencial a metáfora do pé na parte que senta primeiro? Justamente para onde vc não está olhando. Quem vive em um casamento já está muito ocupado evitando a realidade e insistindo no sonho do amor eterno.
Outra coincidência providencial da metáfora é o desconforto do ocorrido. Pra quem leva isso é muito óbvio, mas para quem dá o pontapé também não é a melhor das situações. Se era um relacionamento sincero, cúmplice e apaixonado, o dono do coturno também não gosta da idéia e tenta (realmente tenta) fazê-lo da forma mais indolor possível. O que obviamente deixa tudo muito pior, mas imagino que se não fosse assim não seria tão trágico e nem tão cômico.
Cômico sim! Imagine um carrasco com medo de machucar o condenado prestes a perder a cabeça. O pobre coitado lá ajoelhado com a cabeça apoiada num toco de madeira, braços atados às costas, apavorado com o que está pra acontecer. Daí o carrasco, com o machado na mão, vira pra ele e diz: "Olha, eu não quero te magoar, você é muito importante pra mim. Vivemos momentos maravilhosos, mas as coisas não estão mais funcionando entre nós. Eu queria que fosse diferente, eu ainda gosto muito de você, mas vou ter que cortar sua cabeça assim mesmo". E pra piorar ainda dá uns golpes incertos só pra te deixar na dúvida se é mesmo a sua cabeça que ele quer cortar... O Mel Gibson deveria ter usado um diálogo assim no final do Coração Valente (não quando o Wallace é torturado, mas quando decide dar um fora na princesa francesa).
Mas nós que tomamos a bifa temos que dar um desconto. Afinal se fôssemos nós do outro lado da bota, acho que iríamos fazer exatamente o mesmo. Talvez seja por isso que algumas mulheres (pra não dizer todas) têm uma queda por canalhas... a facilidade de dar e receber um pé na bunda bem justificado. Mas daí nem é um pé na bunda... já caímos de volta no mundo do solteiro.
Esse nem sabe o que é um bom pé nas nádegas. Muitos iriam discordar dizendo com o peito cheio: "Já levei um pé na bunda sim!!!"... Ah, meu amigo solteiro... você está em outra escala. Você já imagina que isso ia acontecer desde o primeiro momento. Já estava tão preparado pra isso, que até já tinha o discurso pronto pra dar o fora antes de tomar na cara... quero dizer, na bucha. E também garanto que já tinha até o plano de contingência caso fosse pego de surpresa (ou duas ou três contingências já pré agendadas pro próximo fim de semana). Conclusão, o pé na bunda de um solteiro é praticamente um alvará de soltura! É o alívio que todo o solteiro anseia quando o namoro começa a ficar com cara de casamento.
Enfim, o pé na bunda é inevitável, machuca pacas e provavelmente você vai levar mais de um na sua vida... então já deixa o gelol no jeito.
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2 comentários:
Oi , A imagem do carrasco não me sai da cabeça , adorei !!!
Abs !
Camarada, pelo que me parece, até livro é lançado para ensinar a mulherada a tocar “toco”. E nada é melhor do que um “toco” bem tomado, já que parece inevitável. É melhor saber cair do que cair sem saber onde e como e de qualquer jeito. C'est la vie... Estamos vivendo tempos modernos, a mulher também virou caçadora e já contam com manual para o dia de “fera ferida”. Deixaram de ser objeto da pegação para também ser protagonista e até no momento da exclusão. Exige seu direito de prazer – o que acho justo – e ainda faz avaliação por competência – uh la la! – tem homem que fica ouriçado de pavor, mas não é direitos iguais...? Então! Segura a bronca, siga o conselho do Beto, compre um gelo e deixe de jeito. Mas se quiser evitar um botinosus glúteos eu recomendo para mulherada não ficar muito “vaporosa” por conta do flerte que está dando certo. Olha lá... vá com calma, cheque se seus valores, seus planos e intenções se têm a mesma identidade com a “bola da vez”. Ah, esqueci, ela só quer testar se é seu número, mas não vai ficar não. Les temps modernes !!!
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