terça-feira, 12 de junho de 2007

Dia dos Namorados?... Que nada, o dia é dos Separados!

O que um separado faz no dia dos namorados?

Uma excelente pergunta... Primeiro ele trabalha, afinal dia dos namorados raramente cai em final de semana, e se cair, é óbvio que o separado vai pra balada... ou melhor... vai pra batalha.

Segundo, ele economiza uma grana. Afinal, pra quê comprar presente de dia dos namorados se nem namorada ele tem. Ahá!!! Outra diferença essencial entre o separado e o solteiro: o solteiro pode arranjar uma namorada de uma hora pra outra... já o separado não arranja uma namorada, ele arranja um encontro, uma amante, um caso.

A diferença está em como um ou outro encara o compromisso. Essa palavrinha grande é mais uma divisor de águas no universo masculino. O solteiro é por definição óbvia um "espírito livre", isto é, o compromisso vem e vai com uma facilidade gigantesca. O solteiro se apaixona loucamente em poucos segundos e basta um belo par de pernas (ou qualquer outro atributo feminino) para mudar sua filosofia de vida de uma hora para outra.

Essa volatilidade inicialmente paradoxal com o compromisso é o que permite ao solteiro se entregar de corpo e alma em um relacionamento, realmente começar um namoro. E se o namoro evoluir (e provavelmente vai, já que até um pokemon evolui) vai se tornar uma grande paixão, que vai se tornar um grande amor, até que enfim vai atingir o ápice e virar um pé na bunda...

O separado sabe melhor... já está escaldado, sabe onde a estrada termina. O que vc, caro leitor, precisa entender é que o separado já viveu a experiência do compromisso, e sabe melhor que ninguém que namoro nada mais é que o princípio do fim. Então, não se iluda, o separado não namora.

Mas calma lá... não é que o separado não seja romântico, muito pelo contrário! O separado é muito mais romântico que o solteiro. Justamente porque enquanto o solteiro está envolto em sua viagem apaixonada e se derrete todo no dia dos namorados, o separado está muito mais sóbrio e sabe que a melhor tática é armar uma emboscada e surpreender a vítima quando ela menos espera.

Pense nas melhores histórias que vc já leu ou já ouviu alguém contar de escapadelas românticas, seja no dia dos namorados, dia dos amantes, ou naquela terça-feira preguiçosa... é sempre de sobre um sujeito que, se não foi casado, já teve um (ou mais) grande amor na vida. O romantismo dessas histórias é a ilusão friamente articulada de um separado para convencer a parceira de que o que eles têm é muito mais que um namoro... é uma cumplicidade deliciosamente pecaminosa que jamais vai ter o mesmo tesão se estiver restrita a um compromisso.

Pode soar canalhice, mas quem é mais canalha? O que diz que ama para a namorada da semana, ou o que ama descompromissadamente?

Então o que o separado faz no dia dos namorados?... Ele relaxa escutando um bom som, degustando um bom vinho, saboreando uma bela refeição, e pensa com carinho qual será a próxima surpresa romântica que vai armar para alguma felizarda desavisada... (afinal, sobrou aquela graninha que ele não torrou com um jantarzinho padrão de dia dos namorados).

Viva o Dia dos Separados!

2 comentários:

Mariana disse...

Uma pergunta básica: isso vale para separadas tb?? Passei aqui por indicação do Gustavo Romano e já gostei. Será no mínimo instrutivo ver a perspectiva masculuina sobre questões que nós mulheres julgamos tão nossas...

Beto disse...

Oi Mariana. Que bom que gostou do post.

Não posso afirmar que o mesmo vale para separadas, mas pessoalmente eu acho que sim.

Mulheres por definição são mais complicadas que homens quando se trata de sentimentos, mas a experiência de perda numa separação é igual para ambos.

Volte sempre pro blog que eu consegui uma perspectiva feminina para alguns assuntos que ainda vou tratar.