Carnaval que se preze é em Salvador!
Durante muito tempo achava essa afirmação um exagero. Afinal, Carnaval em Salvador é seguir o Trio Elétrico, um bando de gente se espremendo, empurrando, bebendo, se agarrando e pulando durante horas seguidas.
Confesso minha passada ignorância... Bloco de Carnaval em Salvador é isso tudo mesmo, só que tudo isso sai melhor que a encomenda!
Para explicar minha recente conversão, tenho que voltar alguns muitos anos no passado quando decidi que Carnaval é um porre... literalmente! Não aguentava marchinhas, samba-enredo, axé, o que fosse. Carnaval era bailinho em clube de cidadezinha mineira, e só dava pra aturar sobre incontáveis doses de vodka, rum, "visqui" barato, e por que não, o eventual loló...
Anos passados, pra que pular Carnaval se você tinha, na verdade, era que escoltar a namorada e depois esposa entre bêbados lascivos e insaciáveis (e ai de você se olhasse pra gostosa do lado). Carnaval era desculpa pra ir pra praia ficar jiboiando no sol, alugar dúzias de filmes na locadora, trabalhar na merda da dissertação de mestrado. Ou seja, um porre mais chato ainda.
Daí veio o pé na bunda... e Carnaval fica como?
Meio incerto do que estava fazendo, resolvi ir pra Salvador. Afinal, já que é pra ir pro inferno, melhor ir logo para o nono círculo e dar um tapa no capeta... O bloco que me aguarde!
Então lá estava eu... uma pusta ressaca, sol à pique, um bando de gente se espremendo, empurrando, bebendo, se agarrando e pulando. O bloco tava pra sair. E então de repente eu presto atenção na música:
A fila andou
Eu te falei
Não deu valor
Como eu te amei
Agora chora
Já me perdeu
Boa sorte, vá embora
Opa! Caiu uma ficha aqui... E antes que eu chegasse a uma conclusão, veio outra canção:
Não vou chorar, nem vou me arrepender
Foi eterno enquanto durou
Foi sincero o nosso amor
mas chegou ao fim
Não pode ser só dor de cotovelo, tá muito familiar, e não parou por aí:
Então, diga que valeu
O nosso amor valeu demais
Foi lindo, ficou pra trás
Então diga que valeu
O nosso amor valeu demais
Que pena, ficou pra trás
E pra fechar:
Você atormentou meu coração
Deixou minha vida em fogo
Mas não tem nada não
Eu vou fazer serão
Vou construir denovo
Eu ando com vontade de viver
Não quero mais sofrer, só quero amar
É bobo quem se entrega ao sofrimento
Nessa vida tudo passa,
isso também vai passar
Ora vejam só! Carnaval em Salvador é o lugar pra quem levou um pé na bunda mesmo! Começo a me perguntar quem dessa massa de gente ficava se agarrando ao meu redor era solteiro mesmo, ou se não passavam de um monte de separados disfarçados.
Salve Salvador!
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4 comentários:
Eu prefiro as marchinhas, que apesar de antigas, são às vezes pós-modernas. Como aquela da colombina que chama o pierrô de cacête (assim, com acento naquela época) e manda ele tomar sorvete com o arlequim, em vez de ficar só chorando no pé dela! Rsrsrs...
Bjo.
Eu achei sua história fantásttica... sabe a tempos quero curar o meu pé na bunda, agora já sei onde!!!
Não curto caranaval, e depois que separei não namorei ninguém. E estou indo em setembro a um congresso lá em Salvador, quem sabe seja suficiente para me curar...
Abs... Camila
Oi Camila,
Curar não sei se cura, mas certamente alivia!
Aliás, cura pra pé na bunda é digno de pesquisa médica. Vou ter que pensar mais sobre isso.
Bom proveito em Salvador!
Bjo.
Acho que você deveria voltar a publicar seus posts. Afinal, está mais solteiro do que antes...
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