Já estava desistindo de assumir meu status de separado em francas conversas de mesa de bar. Afinal, era só dizer a palavrinha que a resposta sempre era curiosidade e estranheza das novas conhecidas. Mas graças à fiel curiosidade feminina, percebi que a razão não era o estado civil propriamente dito. E sim mais uma das várias ironias estatísticas que rodeiam a vida de um separado.
De todas as perguntas que já me foram feitas sobre a separação nessas exatas ocasiões alcóolicas, existem três perguntinhas que, em suas várias variações, sempre buscam as mesmas informações:
1 - Qual dos dois levou o pé na bunda?
2 - Há quanto tempo você está separado?
3 - Vocês tentaram voltar alguma vez?
Até pouco tempo atrás, eu achava que tratava-se de mero instinto novelístico. Essa necessidade de conhecer os detalhes de uma história de amor, romance, perda e tragédia, sem ter que esperar o folhetim do fim de semana.
Foi numa peça de teatro que a ficha caiu. A personagem, uma solteira louca pra casar, deu a dica: "recém separado é uma fria... o trauma da separação dura de 2 a 6 anos".
Foi só uma peça de teatro, mas me lembrou de uma estatística mais oficial. O período considerado "psicologicamente" saudável para um separado aceitar a perda e voltar a se envolver com outra pessoa varia de 1 a 2 anos.
Conclusão? Assumir sua condição de separado pode ser um bom início de conversa. Mas jamais -- e insisto no jamais -- confesse que foi você quem levou um pé na bunda... Conte uma história mais romântica. Que a vida não quis que vocês ficassem juntos, que a chama apagou e cada um foi para o seu lado. Que o destino os colocou em caminhos separados. E principalmente, que você já saiu do período de quarentena.
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7 comentários:
Acredito na quarentena e que ela deve ser cumprida a qualquer custo. Não sei é quanto tempo dura, certamente cada caso é um caso.
Agora, em relação a quem tomou a decisão de se separar, defendo o revisionismo histórico radical: foi vc que deu o pé na bunda e está super bem resolvido com isso! Depois conta o resultado... ;)
Beijo.
A questão não é cumprir ou não a quarentena. Dessa não tem escapatória. O ponto é não ficar escravo dela.
Se quem está à sua volta acha que vc ainda está de quarentena, vc vai se sentir de quarentena e dando certeza aos outros de que vc está mesmo. Acaba virando um ciclo vicioso.
Nessa hora, tem que quebrar o paraidgma... pensar fora da caixa... ver a coisa como é: uma grande piada do comportamento social.
Vc pode ainda relutar um pouco, com o super-ego te martelando melancolia... mas logo logo, tudo vai parecer pequeno e sem importância. Vc vai dar risada de si mesmo e ficar com uma fome imensa de começar tudo de novo. A paquera, a sedução, o namoro, a paixão... Não vai ter espaço suficiente para guardar tudo o que vc quer sentir, e não vai ter gente suficiente pro tanto que vc quer conhecer.
E talvez, só talvez, vc consiga tudo isso de uma só vez, com uma só pessoa. E daí o verdadeiro ciclo recomeça... menos vicioso e cada vez melhor.
Beijo!
ps: revisionismo histórico radical... hmmm... vou ter que pensar a respeito... :P
"quando você me deixou, meu bem...
me disse para ser feliz
e passar bem.
quis morrer de ciúme
quase enlouqueci
mas depois, como era de costume,
obedeci"
lembram dessa música?
bj
Que música é essa??
Rsrsrs...
Nada como uma Amarílis para colocar um sopro de cor entre esses separados...
Beto, querido, me dá uma certa preguiça só de pensar no ciclo de novo. Isso quer dizer que ainda não saí da quarentena ou simplesmente que ainda não encontrei essa "uma só pessoa"? Ou os dois?
Beijos
"Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais"
Boa memória? Que nada... www.cifraclub.com.br rsrsrsrs
Sinceramente, Chico Buarque/Betânia não é bem o meu estilo de música. Mas valeu a mensagem. :-)
Mari,a preguiça não tem nada a ver com a quarentena. É que dá trabalho mesmo.... rsrsrs
E não vai ser você quem vai encontrar a "uma pessoa"... ela que vai encontrar você (e que sorte a dela ela!).
Beijo!!!
não curte Chico!
iiiiiiiiiiiiccccccccccc!
pausa para uma fã se recuperar.
ok: eu acho essa música uma das melhores da categoria "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima" de todos os tempos.
sente só: "e que tantas águas rolaram
tantos homens me amaram
bem mais
e melhor
que você
quando você me quiser rever
já vai me encontrar refeita
pode crer"
Quarentena? Bom... Eu passei por uma quarentena um pouco, digamos, diferente...
Logo que me separei, queria beijar todas as bocas no menor tempo possível. Daí depois, caiu a ficha e eu não queria era beijar boca nenhuma... :P
Agora, um ano e meio depois, estou beijando uma boca só. De início, meio receosa, mas agora um pouco mais solta.
Quarentena de que? De amar? De se envolver? De se doar? De acreditar de novo?
Ah gente, não dá pra determinar um tempo pra isso, dá?
Anyway... eu também não sou fã de Chico e a música que foi meio um "hino" depois da minha separação foi essa:
"Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar
Que é uma pena
Mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema
De tão pequeno..."
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